terça-feira, 25 de abril de 2017

Pressuposto e Subentendido

  Pressupostos e subentendidos são informações implícitas no texto, não expressas formalmente, apenas sugeridas por marcas linguísticas ou pelo contexto. Cabe ao leitor numa leitura proficiente, ir além da informação que se encontra explícita, identificando e compreendendo as informações implícitas, ou seja, lendo nas entrelinhas.


Exemplos:
Infelizmente, meu marido continua trabalhando fora do país
PressupostoO marido está trabalhando fora do país e a mulher não está satisfeita com essa situação.

SubentendidoTalvez por ter melhor salário fora do país ou por não encontrar trabalho no seu país.

Pressupostos

Os pressupostos são informações implícitas adicionais, facilmente compreendidas devido a palavras ou expressões presentes na frase que permitem ao leitor compreender essa informação implícita.


Exemplos de pressupostos:
 Decidi deixar de comer carne.
PressupostoA pessoa comia carne antes.
Marcas linguísticas que facilitam a identificação de pressupostos:
  • Verbos que indicam fim, continuidade, mudança e implicações: começar, continuar, parar, deixar, acabar, conseguir,...
  • Advérbios: felizmente, finalmente, ainda, já, depois, antes,...
  • Pronome introdutório de orações subordinadas adjetivas: que
  • Locuções que indicam circunstâncias: depois que, antes que, desde que, visto que,...

Subentendidos

Os subentendidos são insinuações, informações escondidas, dependentes da interpretação do leitor. Não possuem marca linguística, sendo deduzidos através do contexto comunicacional e do conhecimento que os destinatários têm do mundo.


Exemplos de subentendidos:
Quando sair de casa, não se esqueça de levar um casaco.
SubentendidoEstá frio lá fora.




Referências:
https: www.google.com.br
https:www.normaculta.com.br



segunda-feira, 24 de abril de 2017

Conotação e Denotação

  A língua portuguesa é rica, interessante, criativa e versátil, encontrando-se em constante evolução. As palavras não apresentam apenas um significado objetivo e literal, mas sim uma variedade de significados, mediante o contexto em que ocorrem e as vivências e conhecimentos das pessoas que as utilizam.
  As variações nos significados das palavras ocasionam o sentido denotativo (denotação) e o sentido conotativo (conotação) das palavras. O sentido denotativo é também conhecido como sentido próprio ou literal e o sentido conotativo é também  conhecido como sentido figurado.


Exemplos de variação no significado das palavras:


  • O pássaro voava sobre o céu da cidade. (sentido próprio ou literal)
  • Ele ficou uma fera quando soube da notícia. (sentido figurado)
  • Aquela aluna é fera na matemática. (sentido figurado)


Denotação
  Uma palavra é usada no sentido denotativo (próprio ou literal) quando apresenta seu significado original, independentemente do contexto frásico em que aparece. Quando se refere ao seu significado mais objetivo e comum, aquele imediatamente reconhecido e muitas vezes associado ao primeiro significado que aparece nos dicionários, sendo o significado mais literal da palavra.
  A denotação tem como finalidade informar o receptor da mensagem de forma clara e objetiva, assumindo assim um caráter prático e utilitário. É utilizada em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros.
Exemplos:

  • O rapaz construiu o muro.
  • A empregada limpou a casa.
  • Comprei uma correntinha de ouro.

Conotação

  Uma palavra é usada no sentido conotativo (figurado) quando apresenta diferentes significados, sujeitos a diferentes interpretações, dependendo do contexto frásico em que aparece. Quando se refere a sentidos, associações e ideias que vão além do sentido original da palavra, ampliando sua significação mediante a circunstância em que a mesma é utilizada, assumindo um sentido figurado e simbólico.
  A conotação tem como finalidade provocar sentimentos no receptor da mensagem, através da expressividade e afetividade que transmite. É utilizada principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em letras de música, em anúncios publicitários, entre outros.
Exemplos:
  • Minha vida é um mar de tristezas.
  • Os nervos estão a flor da pele.
  • Você tem um coração de pedra!



Referências:

 https:www.google.com.br
 https:www.normaculta.com.br



Preconceito Linguístico

  O preconceito linguístico é muito notório, visto que muitos indivíduos consideram sua maneira de falar superior ao de outros grupos.
Isso ocorre sobretudo entre as regiões do país, por exemplo, um sulista que considera sua maneira de falar superior aos que vivem no norte do país. Antes de mais nada, devemos salientar que nosso país possui dimensões continentais e embora todos falamos a língua portuguesa, ela apresenta diversas variações e particularidade regionais.Importante destacar que o preconceito linguístico acontece no teor de deboche e pode gerar diversos tipos de violência (física, verbal, psicológica). Os indivíduos que sofrem com o preconceito linguístico muitas vezes adquirem problemas de sociabilidade ou mesmo distúrbios psicológicos.
  Os sotaques que se distinguem não somente nas cinco regiões do Brasil, mas também dentro de um próprio estado, são os principais alvo de discriminação. Por exemplo, uma pessoa que nasceu e vive na capital do estado e uma pessoa que vive no interior.
 Geralmente, quem está na capital acredita que sua maneira de falar é superior a das pessoas que habitam o interior do estado ou mesmo as áreas rurais. Nesse caso, muitas palavras pejorativas e depreciativas são utilizadas para determinar algumas dessas pessoas através de um estereótipo associado as variedades linguísticas, por exemplo, o caipira, o baiano, o nordestino, o roceiro, dentre outros.Sobre esse assunto, o escritor Marcos Bagno afirma em sua obra "Preconceito Linguístico: o que é, como se faz" (1999):

“É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala nordestina é retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo. Todo personagem de origem nordestina é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado, criado para provocar o riso, o escárnio e o deboche dos demais personagens e do espectador. No plano linguístico, atores não nordestinos expressam-se num arremedo de língua que não é falada em lugar nenhum do Brasil, muito menos no Nordeste. Costumo dizer que aquela deve ser a língua do Nordeste de Marte! Mas nós sabemos muito bem que essa atitude representa uma forma de marginalização e exclusão. (...) Se o Nordeste é “atrasado”, “pobre”, “subdesenvolvido” ou (na melhor das hipóteses) “pitoresco”, então, “naturalmente”, as pessoas que lá nasceram e a língua que elas falam também devem ser consideradas assim... Ora, faça-me o favor, Rede Globo!” Esse tipo de preconceito atinge muitos grupos considerados de menor prestígio social, donde a língua é utilizada como ferramenta de distinção social.Entretanto, vale lembrar que todas as variações linguísticas são aceitas e devem ser consideradas um valor cultural e não um problema.


                                   Mitos pertinentes sobre o preconceito linguístico
  1. A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreendente: o autor aborda sobre a unidade linguística e as variações que existem dentro do território brasileiro.
  2. Brasileiro não sabe português” / “Só em Portugal se fala bem português”: apresenta as diferenças entre o português falado no Brasil e em Portugal, este último considerado superior e mais “correto”.
  3. Português é muito difícil”: baseado em argumentos sobre a gramática normativa da língua portuguesa ensinada em Portugal, e suas diferenças entre falar e escrever dos brasileiros.
  4. As pessoas sem instrução falam tudo errado”: preconceito gerado por pessoas que têm um baixo nível de escolaridade. Bagno defende essas variantes da língua e analisa o preconceito linguístico e social gerado pela diferença da língua falada e da norma padrão.
  5. O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”: mito criado em torna desse estado, o qual é considerado por muitos o português mais correto, melhor e mais bonito, posto que está intimamente relacionado com o português de Portugal e o uso do pronome "tu" com a conjugação correta do verbo: tu vais, tu queres, etc.
  6. O certo é falar assim porque se escreve assim”: aqui o autor apresenta diferenças entre as diversas variantes no Brasil e a utilização da linguagem formal (culta) e informal (coloquial).
  7. É preciso saber gramática para falar e escrever bem”: aborda sobre o fenômeno da variação linguística e a subordinação da língua a norma culta. Para ele, a gramática normativa passou a ser um instrumento de poder e de controle.
  8. O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social”: decorrente das desigualdades sociais e das diferenças das variações em determinadas classes sociais. Assim, as variedades linguísticas que não são padrão da língua são consideradas inferiores.
Variedades linguísticas que não são padrão da língua são consideradas inferiores.




Referências: 
 https:www.todamateria.com.br
 https:www.google.com.br


Variação Linguística

  Movimento comum e natural de uma língua, que varia principalmente por fatores históricos e culturais. Modo pelo qual ela se usa, sistemática e coerentemente, de acordo com o contexto histórico, geográfico e sociocultural no qual os falantes dessa língua se manifestam verbalmente.           A linguagem a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa a linguagem do dia a dia, das conversas informais que temos com amigos, familiares etcCompondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-sVariações históricas:
Antigamente, as moças chamavam-se made Mosele e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."
  Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado.
Variações Regionais
  São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem.
Variações sociais ou culturais: 
  Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. 
  As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros.  
 Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre outros.
Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor sobre o assunto:
Vício na falaPara dizerem milho dizem mioPara melhor dizem mióPara pior pió
Para telha dizem teia

Para telhado dizem teiado 

MúsicaEu “di” um beijo nelaE chamei pra passear.A gente fomos no shopping
Pra “mode” a gente lanchar.

Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro aipim.
Quanta gente,
Quanta alegria,
A minha felicidade é um crediário nas
Casas Bahia.
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho.
Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”,
Quando eu estou no trabalho,
Não vejo a hora de descer dos andaime.
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger
E também o Van Damme. 

O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais.
O nível informal, representa a linguagem do dia a dia, das conversas informais que temos com amigos, familiares etc.
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. 


Referências:
https:www.brasilescola.uol.com.br
https:www.google.com.br

Sinais de Pontuação

  Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem para compor a coesão e a coerência textual além de ressaltar especificidades semânticas e pragmáticas. Abaixo estão as principais funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua portuguesa.

Ponto (.)
1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
 Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que se encontra.
 Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
 Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava.


2- Usa-se nas abreviações
 V. Exª.
 Sr.

Ponto e Vírgula ( ; )
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma importância.
“Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA)

2- Separa partes de frases que já estão separadas por vírgulas.
 Alguns quiseram verão, praia e calor; outros montanhas, frio e cobertor.

3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos, decreto de lei, etc
"Um livro aberto é um cérebro que fala;fechado,um amigo que espera;esquecido,uma almaque perdoa;destruído,um coração que chora."

Dois pontos (:)
1- Antes de uma citação
 Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto:

2- Antes de um aposto
 Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde e calor à noite.

3- Antes de uma explicação ou esclarecimento
 Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a rotina de sempre.


4- Em frases de estilo direto
 Maria perguntou: - Por que você não toma uma decisão?

Ponto de Exclamação (!)
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, súplica, etc.
 Sim! Claro que eu quero me casar com você!

2- Depois de interjeições ou vocativos
 Ai! Que susto!
Oi,Antônio! Que surpresa vê-lo!

Ponto de Interrogação (?)Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres.
Por que só estás chegando agora?

Reticências (...)
1- Indica que palavras foram suprimidas.
 Comprei lápis, canetas, cadernos...

2- Indica interrupção violenta da frase.
“ Não... quero dizer... é verdade... Ah!”

3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida
 Este mal... pega doutor?

4- Indica que o sentido vai além do que foi dito
 Deixa, depois, o coração falar...

Vírgula (,)
É usada para vários objetivos, mas em geral usamos a vírgula para dar pausa à leitura ou para indicar que algum elemento da frase foi deslocado da sua posição canônica.

Gosto das seguintes frutas:mamão,maçã,morango e banana.
Maria,mãe de Pedro,é uma mulher inteligente

Referências:

https.www.google.com.br
https.www.infoescola.com
https.www.todamateria.com.br

domingo, 23 de abril de 2017

Coesão e Coerência

  Não basta termos idéias, é necessário saber organizá-las, pois um texto não é um amontoado de frases, simplesmente colocadas uma após as outras, pelo contrário, elas se entrelaçam para que possam estabelecer a significação do texto de modo coeso e coerente, um texto exige planejamento, trabalho, escrita e reescrita até encontramos a forma correta. A Coesão e a Coerência são fundamentais na construção textual. Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua mensagem é essencial que faça sentido para o leitor e que também seja harmonioso, de forma que o mesmo flua de forma segura, natural e agradável aos ouvidos. 

  A Coesão é o resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto que, assim, colaboram para a sua organização. 
1º Ex: Havia pouquíssimas pessoas trabalhando no balcão, portanto fui logo atendido.
Falta coesão porque a conjunção PORTANTO é conclusiva, e não adversativa como pede a ligação. Devemos trocar portanto por PORÉM, para ser uma frase coesa e adversativa.


  •  Havia pouquíssimas pessoas trabalhando no balcão, porém fui logo atendido.


2º Ex: Comprei uma agenda que me foi muito útil para realizar diversas anotações.

Está faltando a ligação e a conexão entre as palavras na frase.

  • Comprei uma agenda. A Agenda me foi muito útil para realizar diversas anotações. 

  A Coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua argumentação - resultado especialmente dos conhecimentos do transmissor da mensagem.
 1º Ex: As crianças estão morrendo por causa da riqueza do país.
 2º Ex: Adoro sanduíche porque engorda.
As frases acima são contraditórias, não apresentam informações claras, portanto, são incoerentes.
  •  O aluno se classificou! Torcíamos por ele.
  • Crise financeira. Aumento no valor do dólar. Diminuição nas importações. 
Estas frases são coerentes mais sem coesão.

 Tanto os mecanismos de coesão como os de coerência devem ser empregados com cuidado, pois
a unidade do texto depende praticamente da aplicação correta desses mecanismos.












Referências:

https:www.google.com.br
https:www.infoescola.com

https:www.todamateria.com.br